DEPOIS DAQUELE 11 DE SETEMBRO





As datas não são o “todo” em História como os positivistas um dia queriam nos ensinar, mas o 11 de setembro é uma data que possui uma representatividade de rememoração e de uma contínua ligação com o presente.

Para muitos historiadores a data representa o marco do início do século XXI, nada diferente do “breve século XX”. Mas o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, símbolo da economia americana, traz este sentimento de rememoração de contínuo repetir graças à ameaça dos ataques do terrorismo islâmico em todo o mundo. Lembro-me que dias depois do 11 de setembro, crianças desenhavam prédios parecidos com o número um, com aviões pegando fogo adentrando os prédios. Não fora diferente, as crianças naqueles dias estavam simplesmente transportando para o papel o que havia ficado em suas memórias, imagens repetidas na tv, jornais impressos e até capas de livros, traziam o mesmo desenho, a memória não falha.

Do mesmo jeito, a data solidificou-se e depois daquele 11 de setembro quem imaginava outra tragédia igual ou semelhante? Mas aconteceram e hoje se fala em outras duas datas que tem em seu núcleo as digitais da Al Qaeda (A Base) o 11 de setembro europeu: o atentado aos trens de Madri em 11 de março de 2004 e o 11 de setembro russo: o ataque terrorista em uma escola da Ossetia do norte em 03 de setembro passado. Depois do primeiro 11 de setembro, vimos todos que ninguém está seguro. Mesmo com todos os aparatos do Pentágono, com todos os cuidados e restrições aos estrangeiros, não foi o Estados Unidos vítima do terrorismo?

Na época da “guerra fria” tínhamos crescentemente o medo da ameaça de uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia, mas a bipolaridade era quase uma garantia de que mesmo que as circunstâncias ajudassem os líderes mundiais hesitariam (e hesitaram) em apertar o botão e colocar tudo a perder.

Hoje a população mundial se pergunta como lutar contra um inimigo que não tem rosto, mas tem religião, não tem nada a perder, já que a salvação vem através da entrega da própria vida amarrada a explosivos. Há de se buscar compreender que quando se fala em terrorismo islâmico é devido aos terroristas declararem estarem atuando em nome do Islã o que traz em si 14 séculos de história, 1,3 bilhão de pessoas e 57 países, além de minorias consideráveis em vários países da Europa, como na França que possui a maior população muçulmana da União Européia. Mas também é importante entendermos que a maioria dos muçulmanos não é fundamentalista, não são adeptos do terrorismo, mas a maioria dos terroristas é muçulmana atualmente.

De a mesma forma entendermos que os ataques terroristas estão sempre ligados a um ato de “salvação” que não estão de acordo com os ensinamentos islâmicos originais, pois esta condena o suicídio sendo ele pecado capital, assim a pessoa que o pratica iria direto para o inferno, tendo como punição à eterna repetição do ato que causou a sua morte e não o paraíso com virgens como pregam os terroristas islâmicos.

A forma como o 11 de setembro tornou-se uma data que se presume repetir (a história nunca se repete), deve-se ao fato de que os terroristas possuem na Al Qaeda um exemplo vivo de como buscar os seus ideais sejam eles nacionalistas e seculares, sejam econômicos ou religiosos, essa nova forma de agir traz em si o objetivo de ser igual ao Al Qaeda e repetir o mesmo impacto do 11 de setembro de 2001, mesmo que isto custe à vida de espanhóis em uma estação de trens ou de crianças na Rússia comemorando seu primeiro dia de retorno às aulas.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O legado do Coronel Negro

BANDAS DE CONGO: RESISTÊNCIA CULTURAL

QUE HORAS ELA VOLTA? A Hipocrisia da ascensão social brasileira.