UMA ASSEMBLEIA MUDA, CEGA E SURDA



Há muito nossa Assembleia Legislativa já não ouve a voz das ruas, a não ser quando a voz vem acompanhada de apitos, máscaras e violência. A eleição do deputado Sérgio Borges é no mínimo incoerência. Condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado por improbidade administrativa, Sérgio Borges (PMDB) ganha o cargo vitalício no Tribunal de Contas votado por 16, isso mesmo, dezesseis deputados. Com a “desculpa” de que a condenação por improbidade não pode ser considerada, pois ainda não foi transito e julgado em ultima instância vê-se que as velhas artimanhas pelo poder no Espírito Santo continuam e que a renovação que se pregava no Governo Hartung ou ao final deste, hoje não passa de um “mais do mesmo”.  

Pior, fica claro que a ALES não quer nem saber do que é a “opinião pública” e que esta não lhe dói nos ouvidos, nem sequer merece ser consultada. Se há esse “claro” em nossa Constituição (a questão do transito em julgado) é um fator que dever ser levado em conta na análise de cada candidato ao cargo vitalício de Conselheiro do Tribunal de Contas. Ora, um fiscal do nosso dinheiro tem que ter “ficha limpa” sim. Independente, se houve ou não condenação em trânsito e julgado.


Por outro lado há de se considerar que o Cargo de Conselheiro Vitalício do TC há muito vem sendo um “troféu” pela fidelidade de algumas figuras políticas em nosso Estado a determinados grupos políticos, e é claro a eleição de Borges de 65 anos e que ficará até aos 70 anos no TC leva a uma nova configuração daquela casa e leva para o TC a contradição dos Hartunguistas X Casagrandistas. Ou seja, não é simplesmente uma questão de corporativismo interna corporis da ALES. É muito mais que isso e basta agora aguardar os próximos capítulos que deságua em 2014, ou seja, nas próximas eleições. 

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